terça-feira, 22 de setembro de 2009

A verdade absoluta e a verdade relativa

No início da cadeira de Macroeconomia, a minha professora no intuito de nos enquadrar a economia como uma ciência social deu o seguinte exemplo: “imaginem um concurso de pintura, no qual os pintores procuram os seus locais para pintar o Castelo de Beja. No final vão ver um conjunto variado de pinturas com a mesma temática, mas com perspectivas diferentes e métodos de pintura diferentes. É esta a essência das ciências sociais, um objecto visto de diferentes perspectivas…”.

Podem questionar-se onde pretendo chegar, mas é bem simples, é à política. Nestas alturas surgem os auto-intitulados bloguistas com a assinatura de “A verdade”, mas será que a verdade é absoluta ou não será apenas relativa, isto é, será que só aqueles que pintam o castelo naquela zona escolhida é que estão a ver realmente o castelo e os outros pintaram outra coisa qualquer, se calhar uma chaminé ou uma igreja.

Eu sei que muitos interesses andam ocultos, já tive em contacto com o mundo da política local, e não estou a prenunciar-me sobre assuntos ilegais, mas de interesses pessoais tais como no sabor do poder, na alimentação de um ego sempre faminto, etc.

A Revolução dos Cravos trouxe-nos um estado democrático, um estado com a possibilidade de reunião das pessoas baseada na partilha de interesses comuns, ao qual foi associada uma constituição da república que se tornou um bastião da defesa de atitudes anti-discriminatórias e de repúdio de quaisquer pensamentos totalitários, mas a nossa sociedade actualmente vive num princípio contraditório aos ideais de Abril, assente na mesquinhice política, de verdades absolutas, de campanhas de bota-abaixo, de ataques pessoais…

A política tem de ser um confronto de ideias, um confronto de perspectivas…

Felis dixit…

1 comentário:

José Fachadas disse...

Boa malha Gato, quero felicitar te por esta mensagem, concordo plenamente com ela, é pena este conteudo não estár ao alcance de todos, mas infelizmente é assim, porque o verdadeiro burro não é aquele que não sabe, mas sim aquele não sabendo diz que sabe.
Um grande abraço para todos,e vivá nossa Aldeia.

"Esta não é relativa, é absoluta"