segunda-feira, 2 de março de 2009

Ainda e sempre o Campo de futebol para a minha terra

Lena o post que enviei para o blog, têm como fundamento um campo de futebol para Santo Amador.
Não é minha intenção tornar isto num tema político, embora entenda que não está feito por falta de vontade política dos vários executivos camarários.
Também não sei se alguma vez foi feita abordagem, por parte da junta á câmara no sentido da sua construção, ou vice versa.
O que eu sei é que durante toda a minha vida tive sonhos e continuo a ter, como é normal uns realizam-se, outros não.
Um deles foi a minha terra ter um campo de futebol e que eu lá pudesse jogar, uma vez só que fosse. Esse sonho não foi e não é só meu, é o de muitos Santamadorenses.
Praticamente toda a vida, vi nos prospectos eleitorais para as eleições autárquicas, promessas de construção do campo de futebol.
Toda a minha vida tenho gostado de ver e praticar desporto, principalmente futebol.
Muitos foram os torneios de futebol organizados pelas comissões de festas e principalmente pelo Pisa.
Quando o tempo decorria de feição ou seja, com pouca chuva até não era mau. O pior era se a erva estivesse grande, lá se tinha de pedir a alguém que ali fosse com um tractor e uma gadanha para ceifar a erva (que em certos sítios era maior do que nós) de modo a que pudesse-mos jogar. Se por acaso não se arranjava ninguém, tinha-mos de ser nós a fazer o trabalho, com foices e com gadanhas manuais.
Mas como disse anteriormente isso até não era o pior. O pior era quando chovia, o campo todo enlameado, as nossas roupas e corpo na mesma. Para nós não importava grande coisa, mas para as nossas mães é que já não era assim tão facil. Porque elas é que tinham de lavar as roupas e naquele tempo não havia máquinas de lavar, mesmo se houvesse, o estado em que as roupas se encontravam ao lavarem-se quase de certeza que as avariariam.
No verão a erva estava seca, mas se convidava-mos alguma equipa para jogar connosco, o que era raro. Tinha-mos que puxar fogo ao pasto, depois gradava-se o terreno e a seguir rolava-se para ficar mais firme.
Para colmatar a falta de instalações desportivas, começou-se a participar em torneios organizados em Moura, Amareleja e Safara.
No verão era futebol de sete, este tipo de torneios eram disputados em Moura no Campo Maria Vitória. Ou então na Amareleja, no seu campo de futebol.
Em safara era futebol de salão, pois além de um campo de futebol de onze esta freguesia dispõe de um polidesportivo.
No inverno participava-mos num torneio de futebol de salão, que se disputava no pavilhão municipal.
De salientar que em algumas edições desses torneios, Santo Amador chegou a fazer-se representar por duas equipas, coisa que nunca sucedeu com outras terras do concelho que raramente participavam.
Na altura dos jogos municipais, era também Santo Amador a freguesia rural que mais participação tinha nos referidos jogos. Com mais atletas e equipas em várias modalidades, principalmente andebol, voleibol, futebol e atletismo. Lembro-me de participar numa prova de atletismo organizada pela Câmara Municipal, em que Santo Amador fez representar a única equipa pertencente ao concelho.
Mais recentemente foi levado a cabo por alguns Santoamadorenses, a participação no campeonato distrital da Inatel de Beja. Participação que durante alguns anos transportou, divulgou o nome de Santo Amador e de Moura por todo o distrito. Por todo o distrito e por todo o concelho de Moura.
As pessoas pertencentes ás equipas forasteiras que nos visitavam, a maior parte delas nunca pôs um pé em Santo Amador.
É que quando a nossa equipa jogava em casa, tinha de utilizar as instalações desportivas de outras freguesias do concelho, (ás quais agradeço a sua boa vontade e disponibilidade). Primeiro em Moura, depois Safara, Santo Aleixo, foram locais que utiliza-mos como anfitriões.
Chegaram a ser duas equipas de Santo Amador em actividade, campo de futebol mas com muita raça. E o mais caricato é que as freguesias que nos emprestavam as instalações, não tinham quaquer actividade desportiva.
Eu não sou critico do que se faz, mas sim do contrário. Ainda bem que Santo Amador têm tudo que tu dizes e eu acredito que sim. Uns porque sei que existem, outros porque tu dizes. Mas o pequenino campo de futebol existente na escola primária, não serve o interesse total da aldeia. Quer se concorde ou não aquelas imagens são mesmo terceiro mundista.
Quando dizes que na aldeia as crianças brincam, sem ser necessária a vigilância apertada de um adulto, concordo até certo ponto. Porque há muitos perigos escondidos a cada passo e um dos piores são as balizas onde os meninos jogam á bola.
Por agora não tenho mais, cumprimentos para todos os Santamadorenses.
Filipe Fachadas

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